Avaliação Genética
A avaliação genética baseia-se nos registos de partos, abates e pesagens realizados pela ACBM e pelos criadores, assim como nas genealogias
acumuladas no LG. Os resultados da avaliação genética da raça bovina Mertolenga são calculados anualmente e divulgados através do catálogo
de Touros e da
publicação online, que faculta informação sobre o potencial genético de qualquer animal e sobre as performances produtivas
das vacadas, facultando aos criadores diversos tipos de consultas para apoio à tomada de decisões na gestão da sua exploração.
Princípios e Metodologia
A avaliação genética da raça bovina Mertolenga foi elaborada na Unidade de Recursos Genéticos, Reprodução e Melhoramento Animal do INRB I.P., a
partir de toda a informação de campo recolhida pela ACBM, tendo-se considerado as seguintes características:
- Capacidade maternal até ao desmame;
- Intervalo entre partos;
- Capacidade de crescimento até ao desmame;
- Ganho médio diário no teste de performance;
- Índice de conversão alimentar no teste de performance;
- Peso de carcaça por dia de idade;
- Longevidade Produtiva;
Todos os caracteres foram submetidos a análises univariadas, através do BLUP - Modelo Animal, utilizando-se para o efeito o programa informático
MTDFREML. Esta metodologia permite estimar os valores genéticos de cada animal para os sete tipos de caracteres considerados, tendo em conta
a sua performance, no caso de ser conhecida, e as performances de todos os seus parentes (ascendentes, descendentes e colaterais),
levando em consideração os diversos efeitos ambientais que afectam o respectivo caracter.
Expressão dos Resultados
O valor genético de um animal para determinado caracter representa o valor desse animal como reprodutor (expresso nas respectivas unidades
de medida, isto é, kg, dias, etc.) e deve ser interpretado como a superioridade ou inferioridade genética para a característica em causa relativamente à média da população.
Tomemos o seguinte exemplo: o valor genético de uma vaca para o intervalo entre partos de -20 dias, significa que, se esta vaca for beneficiada por um touro “médio” da raça,
espera-se que a sua descendência tenha, em média, intervalos entre partos 10 dias mais curtos (-10dias) que a média de todas as vacas incluídas na avaliação genética, uma
vez que um indivíduo transmite à sua descendência apenas metade do seu valor genético.
Precisão da estimativa do valor genético
Dá-nos a ideia da confiança com que estimámos o valor genético do animal para determinado caracter; contudo, não se trata de um indicador do potencial genético do animal.
Quanto mais informação sobre o animal (por exemplo, vários registos de intervalos entre partos) e sobre os seus parentes (mãe, irmãs, filhas, avós, etc.) houver,
mais precisa será a estimativa do seu valor genético.
Capacidade maternal
O valor genético para a capacidade maternal deverá ser o maior possível (mais positivo). Pretende-se que os reprodutores transmitam aos
descendentes capacidade para desmamarem animais mais pesados.
Intervalo entre partos
O valor genético para o intervalo entre partos é tanto melhor, quanto menor for (mais negativo). Pretende-se que os reprodutores transmitam aos descendentes características
genéticas que, no caso de serem fêmeas, lhes proporcionem intervalos entre partos mais reduzidos.
Capacidade de crescimento - GMD em teste - Peso de carcaça por dia de idade
Os valores genéticos para a capacidade de crescimento, ganho médio diário durante o teste de performances e peso de carcaça por dia de idade são tanto melhores quanto
maiores forem esses valores (mais positivos). Pretende-se que os reprodutores transmitam aos descendentes uma boa capacidade de crescimento até e após o desmame (mais pesados).
Índice de conversão
O valor genético para o índice de conversão alimentar durante o teste de performance deverá ser o menor possível (mais negativo). Pretende-se que os reprodutores
transmitam aos descendentes capacidade para consumirem menos alimento por cada quilograma de aumento de peso.
Longevidade produtiva
O valor genético para a longevidade produtiva deverá ser o maior possível (mais positivo). Pretende-se que os reprodutores se mantenham em produção até
idades avançadas e que transmitam aos descendentes esta capacidade.
Recorrendo à apresentação gráfica dos valores genéticos, em unidades de Desvio Padrão, um reprodutor nas condições ideais deveria apresentar a seguinte forma:
Apesar de o objectivo principal de selecção poder diferir de criador para criador, considerando que se pretende melhorar as características reprodutivas e
maternais dos animais, os reprodutores deverão ter valor genético negativo para o intervalo entre partos e positivo para a capacidade maternal.
Consulte aqui os parâmetros estimados na última avaliação genética da Raça Mertolenga.
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